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AGRO | 03/07/2021 - 17:40:00

Dia Internacional do Cooperativismo: Santa Catarina e o Cooperativismo

O Cooperativismo tem uma importante relação com o desenvolvimento econômico do Oeste de SC

Uma data muito emblemática para o setor é o Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado há 99 anos em todos os continentes no primeiro sábado do mês de julho. É um dia para reflexão, para cultuar a doutrina que fundamenta esse importante segmento social e econômico, para discutir os desafios que uma realidade cada vez mais complexa e crítica impõe a toda a sociedade, mas, também, para festejar as vitórias obtidas por todas as categorias que se organizaram sob a égide da cooperação.

As conquistas e os avanços proporcionados pelo cooperativismo são realçados no transcurso do Dia Internacional do Cooperativismo. Essa data permite reconhecer que a cooperativa é a organização humana com a melhor cultura e a maior inclinação para processar, absorver e aprimorar em benefício social as mudanças e as transformações dos novos tempos.

As cooperativas são organizações humanas inspiradas em princípios da conjugação de esforços com objetivos econômicos comuns. Os sete princípios cooperativos, linhas orientadoras através das quais as cooperativas levam os seus valores à prática, expressam com altissonância sua natureza: adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação/formação/informação, intercooperação e interesse pela comunidade.

O cooperativismo está presente, de forma muito intensa e às vezes nem percebida, no cotidiano do catarinense: nos alimentos que ingere todos os dias, no atendimento médico que recebe, nos serviços que usufrui, na energia que consome e na imensa variedade de serviços que tornam sua vida mais segura e confortável.

As 251 cooperativas registradas na OCESC reúnem mais de 3 milhões de associados, demonstrando que grande parcela da população barriga-verde tem alma cooperativista. A expressão econômica testemunha esse sucesso: as cooperativas catarinenses cresceram 23,3% em 2020 (muito mais que a economia brasileira) e obtiveram receita operacional bruta de cerca de 50 bilhões de reais.

É possível, portanto, constatar que Santa Catarina tornou-se paradigma nacional de eficiência e de cooperativismo. É a unidade da Federação brasileira com maior taxa de adesão ao cooperativismo. A vocação para a inovação e o empreendedorismo são as qualidades mais proeminentes do cooperativismo catarinense, ao lado da observância dos princípios universais do cooperativismo. As cooperativas foram pioneiras no desbravamento das regiões, na instalação de centros de produção e na transferência de tecnologia.

A pandemia causada pelo novo coronavírus provocou mudanças e transformações na forma de organização do trabalho, nas estruturas de produção econômica e no próprio tecido social em todos os países. Inevitável, portanto, que atinja as cooperativas brasileiras, essas sociedades humanas relativamente complexas que contribuem para dinamizar a economia e elevar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) das comunidades.

Posto à prova nesse dramático período de pandemia, o cooperativismo catarinense tem tido a habilidade necessária para enfrentar as crises e manter a sustentabilidade dos negócios e a viabilidade dos diversos ecossistemas, clusters e cadeias produtivas. Todos os ramos do cooperativismo inovaram não apenas para sobreviver à crise da pandemia, mas para continuar oferecendo soluções e serviços de qualidade aos milhões de catarinenses. Todos os setores do cooperativismo reagiram aos desafios impostos pela pandemia em ações que reforçam o sétimo princípio do cooperativismo: interesse pela comunidade. Comprova-se assim, mais uma vez, que as cooperativas são, historicamente, parceiras no apoio às políticas públicas de real interesse social e nas demandas comuns das regiões onde atuam.

Em tempos de normalidade ou de pandemia as cooperativas agem e reagem com uma contribuição de trabalho e altruísmo.

Apesar da pandemia, cooperativas de SC têm surpreendente crescimento

Santa Catarina tem sólidos motivos para comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo. Com receita operacional bruta de R$ 49,8 bilhões, as cooperativas de todos os ramos deram importante contribuição ao desenvolvimento catarinense em 2020. O crescimento foi da ordem de 23,3% – o maior das últimas décadas – e o agronegócio foi mais uma vez a locomotiva na geração de empregos, renda e na produção de riquezas.

A avaliação é da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC). O levantamento abrangeu as 251 cooperativas registradas na entidade.

O presidente Luiz Vicente Suzin destaca que um dos dados mais relevantes do estudo é a expansão do número de associados (cooperados) que cresceu 11,6% no ano passado com o ingresso de mais 313.023 pessoas. No conjunto, as cooperativas reúnem agora mais de 3 milhões de catarinenses, ou, em números exatos 3.021.094 pessoas. Isso significa que mais da metade da população barriga-verde está vinculada ao sistema.

Luiz Vicente Suzin – Presidente da OCESC (Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina) e do SESCOOP/SC (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Santa Catarina).


As que mais atraíram associados foram as cooperativas de crédito que têm atualmente 2,2 milhões de cooperados, as de infraestrutura que atuam em distribuição de energia elétrica (383 mil pessoas), as de consumo (320 mil) e as agropecuárias (73,5 mil).

As cooperativas também contrataram 8,2% mais em 2020 e criaram 5.546 novos postos de trabalho. Juntas, elas mantêm 73.332 empregados diretos.

O protagonismo do setor primário ancorou o expressivo desempenho: as 46 cooperativas agropecuárias responderam por 69,2% das receitas totais do sistema cooperativista catarinense e cresceram 34% no ano passado. Faturaram R$ 34,4 bilhões e contrataram 4.950 novos trabalhadores.

Esse resultado foi impulsionado pelas exportações de carnes e grãos, com extraordinário crescimento em receitas e em volumes. As fortes compras chinesas de proteínas animal e vegetal no mercado mundial catapultaram as vendas das cooperativas, potencializadas, ainda, pela situação cambial: o dólar valorizado frente ao real ampliou os ganhos pelo câmbio e valorizou ainda mais os produtos de exportação. A China, sozinha, ficou com cerca de 40% das exportações.

O dirigente expôs que “as dificuldades não impediram os investimentos na base produtiva, na diversificação de produtos e serviços e na qualificação de colaboradores, dirigentes e associados”. Os novos padrões de conduta nas organizações, ditados pelo enfrentamento da pandemia, estimularam ainda mais a racionalização da gestão, a otimização dos processos e a elevação do grau de excelência em produtos e serviços, ampliando a presença no mercado.

“Em um ano em que a pandemia assolou quase todos os setores e a economia brasileira andou em marcha lenta, as cooperativas catarinenses cresceram porque adaptaram suas atividades e seus processos produtivos aos desafios impostos pela crise econômica”, observa Suzin.

Foto: Wenderson Araujo – Trilux/CNA).


RESULTADOS

Refletindo o excelente desempenho do período, as cooperativas contabilizaram sobras (lucros) no montante de R$ 4,4 bilhões em 2020. Esse resultado é 92% superior ao obtido no exercício anterior. Os ramos com melhores resultados foram o agropecuário (R$ 2,7 bilhões), crédito (R$ 1,09 bilhão) e saúde (R$ 393 milhões). O patrimônio líquido também aumentou (22,1%) para R$ 19,7 bilhões. Os estatutos das cooperativas definem, em regra, que cerca de 60% dos resultados são capitalizados e 40% devolvidos aos cooperados.

RAMOS EM EXPANSÃO

O movimento econômico mais expressivo foi gerado pelas cooperativas dos ramos agropecuário, crédito, saúde, consumo, infraestrutura e transporte.

As 46 cooperativas agropecuárias representam 69,2% do movimento econômico de todo o sistema cooperativista catarinense. No conjunto, essas cooperativas mantêm um quadro social de 73.539 cooperados e um quadro funcional de 48.287 empregados. O faturamento anual do ramo agropecuário totalizou R$ 34,4 bilhões.

O ramo de crédito apresenta o maior número de associados e a segunda posição em movimento econômico. As 62 cooperativas de crédito reúnem 2,2 milhões de cooperados, mantêm 11.232 empregados e movimentaram R$ 6,4 bilhões no último ano.

O ramo de saúde, com 31 cooperativas e 17.280 associados, faturou R$ 5,072 bilhões. Emprega 7.612 pessoas.

O ramo de transporte, formado por 44 cooperativas, teve R$ 1,2 bilhão de movimento, beneficiando 5.324 cooperados.

No ramo de infraestrutura atuam 39 cooperativas de eletrificação rural com 383.302 associados. Em 2020, essas cooperativas faturaram R$ 1,3 bilhão. Elas mantêm um quadro funcional de 1.995 colaboradores.

As 16 sociedades cooperativas que atuam no ramo de consumo com 320.455 associados, faturaram R$ 1,2 bilhão no ano passado. Sustentam 3.423 empregos diretos.

Os ramos de trabalho, produção de bens e serviços, mesmo com menor expressão econômica, são instrumentos para a promoção de renda às pessoas físicas, que organizadas na forma de cooperativas prestam serviços especializados aos mais diversos segmentos da sociedade. São 13 cooperativas formadas por 1.563 cooperados que, em 2020, geraram R$ 28,4 milhões em receitas.

QUALIFICAÇÃO

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo em Santa Catarina (SESCOOP/SC), entidade do Sistema S vinculada à OCESC, promoveu em 2020 uma robusta programação de capacitação e qualificação profissional que beneficiou 118.448 pessoas, entre dirigentes, cooperados e empregados das cooperativas. As principais linhas de atuação foram as atividades delegadas (112.583 participantes), o auxílio-educação (3.691) e o programa aprendiz cooperativo (2.174). Os investimentos totalizaram R$ 16,9 milhões, no ano.

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Fonte: MB Comunicação

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